Somos todos mães

May 10, 2008

Colo de Mãe

Os sem-filhos que me perdoem, mas ser mãe é fundamental.

Não é crueldade com quem não pode ter filhos, pois ser mãe não é apenas ter um útero funcional, muito menos a propagação genética ou hereditária. A maternidade hoje, mais do que nunca, é uma resposta para muitos questionamentos que enfrentamos, tanto individualmente como em coletividade.

Na pequena sala da escola do meu filho, um colega diante de uma mesa cheia de livros e desenhos representando os cinco sentidos repetia a frase: “nós temos seis sentidos”. Na mesa, somente os cinco tradicionais eram representados. Ele disse mais uma vez “seis” e a mãe do meu lado perguntou: “qual é o sexto, então?” Ele respondeu: “a comunicação entre os animais.” Aos sete anos ele pode não saber do que está falando mas eu sei o que ele está me dizendo. É aquele sexto sentido que sempre foi associado às mulheres, que faz uma mãe virar de repente só para pegar o filho pequeno no topo da escada ou que permite que uma mãe sinta que a criança está “pra ficar doente”.

Em definitivo, é apenas uma sensação na boca do estômago ou um aperto no coração que nos move ou nos paralisa mudando o curso da nossa história mais vezes ao dia do que gostamos de admitir, e provavelmente menos do que deveríamos. Esse tipo de fenômeno não comprovado pela ciência é uma das qualidades usadas pelas mulheres em sua pouco glamurosa vida doméstica.

Outras qualidades femininas que hoje transpuseram as soleiras do lar são muito populares em revistas empresariais: comunicabilidade, compreensão, interação, trabalho em equipe, resolução de conflitos e o mais famoso de todos que praticamente define a maternidade: multi-tasking. São qualidades humanas que ficaram para trás quando o homem saiu da casa para trabalhar na fábrica. Hoje elas são ensinadas em workshops e valorizadas nos currículos de aspirantes a cargos de liderança.

O mundo continua girando e a mulher que penetra no mercado de trabalho traz sua feminilidade, ou o que sobrou dela, após anos de masculinização. Ao mesmo tempo, sentindo-se mais valorizada socialmente, ela abre espaço para redescobrir qualidades latentes. Ela começa a se permitir ser mais mulher.

Assim, o parto vaginal como explosão da força feminina surge na televisão e nas rodas de conversas. É apenas um sussurro, é pouco e a tecnologia do nascimento continua destruindo esse momento para tantos seres humanos entre mães, bebês e espectadores, mas é um sussurro que promete crescer e já aparece no folheto de uma ou outra maternidade mais sintonizada com seu tempo.

Outras qualidades maternas como colo de mãe voltam a ser faladas e a amamentação que tanto atormenta as mulheres (pelo sim e pelo não) recebe apoio oficial porque afinal, até os estudos científicos comprovam que a amamentação é uma ótima maneira de evitar problemas futuros de saúde. Já o método mãe-canguru de cuidados com prematuros, descoberto pela falta de tecnologia, permitiu a comprovação de que o espaço do colo é local propício ao melhor desenvolvimento do bebê humano. Melhor até do que a tecnológica incubadora.

E assim meio sem querer, sem saber, transferimos para o mainstream qualidades antes maternais. O sorriso da mãe que cuida do filho doente é valorizado em iniciativas como Os Doutores da Alegria; a famosa comida caseira da mamãe, é hoje modo de vida alternativa de quem faz uma alimentação mais natural; atividades antigamente exercidas pelas damas caridosas de famílias ricas são hoje transformadas em associações do terceiro setor e o voluntariado é uma instituição. Existem até estudos provando que doentes que recebem mais preces saram mais rápido, mesmo sem saber que existem pessoas orando por elas, mais uma atividade bem feminina.

Mesmo sem explicação científica de como o sexto sentido funciona nem de outros super-poderes maternos (o leite materno um deles), a nuvem negra que assombra nosso atual futuro avisa que precisamos procurar alternativas. Em vista de calamidades como inundações, falta de água, desaparecimento de cidades causadas pelo aquecimento global pergunto ao menino de dez anos que agora me conta a história da extinção do dodô:

– «O que podemos fazer para evitar a extinção de mais animais?»

Ele olha em volta e vê retratado em seu trabalho a devastação, sem resposta. Em minha mente, tomo ele no colo e asseguro que tudo vai ficar bem.

Amanhã, vamos celebrar o dia que tomamos nosso universo, nossa mãe-terra, nosso país, nossa floresta, nossa comunidade, nosso companheiro, nosso melhor amigo e inimigo, nosso trabalho e nosso corpo, nosso bebê e a criança da esquina, nos braços e decidimos mudar nosso futuro, como mães que somos todos.

Leia mais:

História do Voluntariado

http://jornaldovoluntario.blogspot.com/2007/09/histria-do-voluntariado.html

 

Is There a Sixth Sense?

By: Dean RadinColleen RaeRay Hymans

http://psychologytoday.com/articles/index.php?term=20000701-000034&page=2

 

As Rosas de Isabel Allende

http://www.nosmulheres.globolog.com.br/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

leite materno resolve

agosto 31, 2007

pingo de leite

F. ainda tá com conjuntivite. Esta semana tem sido «punk»… sabe que desde que a conjuntivite começou, todas me disseram para pôr LM (inclusive vc, L.) e eu fui ficando bodeada pois não é fácil pra mim tirar leite.

Daí anteontem começei a ler e escrever sobre amamentação e tentei tirar leite e saiu um pouco…. decidi esguichar nele e vi que algo acertou nele…

Tentei mais ontem e tb acertei. Quando ele viu que era LM começou a lamber a boca, foi super fofo.

Eu acho que os olhos melhoraram depois disso!!!!

Sabe que o sucesso me fez perceber que somos movidos a sucesso… um puxa o outro…pense no sucesso e sinta seu leite jorrar de novo… como vc fez com o meu!

beijos

analy

reparem nos pingos de leite no rosto F.